OS CÕES

Pessoal, tá tudo?!

Hoje venho falar, de um ser que, tem sobre nós, os humanos, um poder fora do normal.

Conseguem fazer a pior merda do mundo, ao mesmo tempo que nos desarmam sem que tenhamos coragem de lhes arriar uma valente e merecida sova.

Espertos por natureza, fazem-nos acreditar que somos nós quem manda, quando na verdade são eles que comandam a nossa vida, fazendo-nos adapta-la às suas necessidades e caprichos.

Refiro-me claro está, ao inigualável e sempre fiel: CÃO!

Um Chulo, de 4 patas, que nos vê, tal como dizem os Americanos, como a “My bitch”.

Um gajo leva-os a passear, dá-lhes comida, dá-lhes banho, dá-lhes uma parte da nossa cama durante a noite, escova-os, dá-lhes mimos e tudo mais relacionado com o verbo DAR.

E para quê?! Para que esses diabretes nos retribuam com o passar o dia a roncar no sofá da sala, à espera que nós (a sua bitch), os chamemos para mais uma ida à rua.

Porque, caso não aconteça, teremos de certeza, um enorme e bem cheiroso, lago de urina no corredor da casa. Ou pior, teremos sem nos darmos conta, a cozinha transformada num campo de minas!

Esses bichos são velhacos… Pois até na parte da comunicação, eles sentem um gostinho especial em não saber falar, fazendo de nós, umas autenticas marionetas, enquanto tentamos de forma estúpida perceber o que eles querem dizer.

Se falassem, seria mais ou menos assim que nos responderiam:

Nós: Anda!

Eles: E pá, larga-me… Não vês que está a dar o TOP+?!

Nós: Sai do meu lugar (Sofá)

Ele: Olha-me este!!... Desde quando o sofá é teu?!... Estás na minha casa, por isso, aguenta-te!

Nós: Finge de morto!

Ele: Morto estás tu se não me deixas em paz… por falar nisso, morre, mas longe, para não me sujares chão.

Nós: Vamos à rua!

Eles: Espera, estou só a acabar de te humedecer os rodapés da cozinha.

Mas, para provar que, para além de chulos, estes gajos também são uns interesseiros do caraças. Experimentem dizer-lhes:

“Toma!”

Ai, vão ver o quanto ele vos ama e o quanto ele é submisso e dependente dos donos. Com aquele rabinho a abanar e os olhos capazes de fazer chorar até o Schwarzenegger, interpretando o exterminador implacável.

Podemos baptiza-los com o nome que quisermos: Júlia, Piggy, Panzer, Varetas, Dimas, Bernardo, Mia ou até mesmo Russo, Bolt ou XL!

Mas isso, simplesmente, são eles a fazerem com pensemos que temos o controlo sobre eles, porque na verdade, estão-se borrifando para o nome que lhes pusermos… desde que a comida esteja na gamela a tempo e horas, até lhes podíamos chamar Sá Pinto, Jardel ou até mesmo Eusébio…

No meu caso, ainda é mais frustrante, porque, para além de ter um chulo que controla a minha vida e que me deixa, gentilmente, pernoitar na sua casa (sim, porque a casa é dele!), ainda faz parelha com a minha distintíssima esposa.

Ou seja, tenho duas fêmeas a lixarem-me a cabeça!......

A Lurdes (sim, tem um nome estranho, mas se olharem para ela, vão ver que tem mesmo cara, de Lurdes!), é uma individua, praticamente igual aos outros cães, só que com algumas nuances, que a destacam dos demais.

1º, é o seu físico monstruoso e seu tamanho, a fazer lembrar uma autêntica vaca!

(Pesa: 3.600 kg e mede, da cabeça ate à cauda, perto de 35 cm) enorme, portanto!

2ª, é o gostar de ver futebol... ou pelo menos o gostar de não me deixar ver, pois sempre que estou a ver futebol aquela senhora tem sempre a amabilidade de se vir sentar no meu colo, de forma que a sua gigante cabeça fique entre mim e o ecrã.

3ª, é a sua energia!... é pá, a porra da cadela não pára!!... corre, corre, salta, depois volta a correr e volta a saltar!!!... tal como a maioria dos Jagunços com quem me dou e a conhecem diz: “Parece que tem molas nas patas!”

Se for ao fundo do prédio meter o lixo e voltar para cima, a festa que ela faz é, exactamente igual como se tivesse 6 meses fora de casa.

Como é óbvio, e falando da sua energia inesgotável, não posso deixar de salientar um fenómeno que se passa com ela.

Apesar de a Lurdes ter, muito provavelmente, engolido uma embalagem de pilhas alcalinas quando era pequena, existe uma palavra que faz com que aquela bichinha, fique totalmente possuída!

Essa palavra é: OS CÕES! 

Esta palavra foi inventada, numa noite de copos, em que devido ao seu estado francamente alterado e ao ter avistado uma senhora que passeava os seus fieis amigos canídeos, um amigo nosso exclamou: “Olha ali, aqueles cões!”

A partir daí, nunca mais se utilizou a palavra Cães, no nosso círculo de amigos!

Como a minha cachopa de 4 patas, tem energia equivalente a uns 6 ou 7 cães (desculpem!..CÕES!), uma vez comentei com uns jagunços amigos isso mesmo.

Ao qual me foi respondido: “É normal, pá!... aquilo não é um cão! Aquilo são vários cões num só!”

Chegando a casa, a teoria do meu amigo, provou-se por si só.

Depois das centenas de saltos e lambidelas, disse: “OS CÕES!”

Cum Camandro!!!... AH, CADELA DO DIABO!!!

Ninguém a segurava! Correu a casa toda como se de uma possessão se tratasse!

Ela é rápida, mas nunca a tinha visto aquele coelho, esquilo ou Suricato (o que lhe quiserem chamar) a correr tão rápido!!!

A noite acabou comigo sentado no chão da entrada, roxo de tanto rir, ao vê-la reagir à única palavra que me saiu da boca no espaço de 2H…

OS CÕES!!

(para quem não a conhece, deixo aqui uma foto da Lurdes, para que possam contemplar o seu imponente Caparro!)

Grande, não é?!!!

Prognóstico de final de jogo do Jagunço do Contra:

Uma vez, enquanto a passeava, fui abordado por uma senhora, que ficou deliciada com a Lurdes. E que proferiu na sua direcção esta frase:

“Tiveste muita sorte, em encontrar uns donos assim!”

Tive que interromper, para esclarecer aquela doce senhora, dizendo-lhe:

“Desculpe, mas está completamente enganada… Nós é que tivemos a sorte de encontrar a Lurdes!”

*Quem gosta de animais, saberá o que quero dizer…

DIZ QUE NÃO!!!.......

O Jagunço do Contra