Tirando os jagunços que me conhecem, não faço a mais pequena ideia se os restantes conhecem a melhor e mais grandiosa banda do mundo (e arredores). Refiro-me, claro está, aos CANNIBAL CORPSE!
A esta hora já estão os jagunços que me conhecem, a pensar:
"Lá está este gajo a falar de Cannibal Corpse! Fod#-##, ca´ganda chato!"
Esta banda, em particular, tem um vocalista que, para além da voz límpida e cristalina, tem também umas dimensões corporais a fazer lembrar aqueles lingrinhas que fazem segurança à porta das discotecas!...Só que maior!
Um autêntico animal... é grande pa cara###, que só a voz dele conseguiria assustar o mais feroz dos lutadores de wrestling..
Quando era mais cachopo, fazia parte de uma banda que tocava Death Metal (ina pá! bué da maus!), que como é óbvio, sendo nós portugueses, não fomos muito longe.
Num dos muitos ensaios que fizemos, houve uma maravilhosa personagem que me despertou a atenção, tanto que, passados todos estes anos senti que vocês mereciam que vos contasse essa peripécia.
Um belo dia, vamos nós a caminho do estúdio, e chegando lá, o que é que vemos?!
Um sósia do vocalista dos "Corpse"! Gigante, de cabelo negro muito comprido, cara de mau, um caparro a fazer lembrar um "guarda-vestidos", botas da tropa, calças camufladas e t-shirt de manga à cava preta!
Um pouco assustados com as dimensões daquele bicho, lá entrámos, falámos muito baixinho para que ele nem reparasse que ali estávamos, pois arranjar problemas como aquela torre, estava fora de questão!
O gajo do estúdio lá nos encaminhou até à sala e uma vez lá dentro, como é óbvio, tínhamos que comentar o que acabávamos de ver!
"Repararam no armário que ali estava!!..Cum camandro!..ganda bicho!!"
Começamos a ensaiar e a meio, vim até cá fora fumar um cigarrinho e oiço na sala ao lado, uma voz parecida com a do gajo de Cannibal Corpse!. Como não poderia deixar de ser fiquei ali, embasbacado a ouvir.
Nisto, aparece o Zé Tó (o gajo do estúdio) e pergunta-me:
"Tem uma grande vozarra, não tem?!"
Eu: "Não que não tem!...espectacular!!"
Zé Tó: "Sabes quem é?!"
Eu: "Não faço ideia!"
Zé Tó:"É o armário que vocês estavam a olhar à pouco!"
De facto, depois de ele me ter dito, fiquei a pensar: "Ya!, só podia ser um gajo daqueles!...Que voz!!"
A parte engraçada vem agora!...Sigurem-se!
Quando acabou o ensaio, arrumámos o nosso material e encaminhámo-nos para a recepção para pagarmos o que coincidiu com o final do ensaio, da banda do outro calmeirão!
Chegados à recepção, quem é que lá estava?!....O Gajo!
E nisto, ele dirige-se ao Zé Tó, com intuito de pagar, e nós a pensar:
"Este gajo quando abrir a boca, por muito baixo que fale, até levanta o (pouco) cabelo do Zé Tó!"
Jagunços, nada disso aconteceu!!!
O que aconteceu, foi nada mais, nada menos isto:
O gajo chega-se ao Zé Tó e diz:
"Prontuç Zé Tó, vamoç a contaç!"
E o Zé Tó pergunta:
"Então bora lá!... O que é que queres pagar?!"
Ele: Um içe tea de peççego, um çipicao e um euro do ençaio paççado, que me esqueçi de pagar!"
Nós, que até estávamos na conversa, perdemos o pio!...
Aquele gajo, para além de ser Sopinha de Massa, parecia que tinha estado a inalar Hélio!!!!
Tinha uma voz tão fininha que parecia saído de um desenho animado!!!
Como é óbvio, partimo-nos todos a rir que nem uns perdidos, esquecendo até a dimensões do gajo!
Eu e o vocalista (Smog) já estávamos a ficar roxos de tanto rir que tivemos que ir lá para fora apanhar ar.
O armário quando se apercebeu, que a risota era dirigida ao seu grave timbre de voz, vira-se para nós e diz:
"Qué que çe paçça?!... çtam com algum problema?!...Foda-çe!..Caralho doç putoç!!!"
Ai! Ainda nos rimos mais. Pois, se um gajo lingrinhas mete graça a falar à sopas, imaginem um gajo enorme com cara de mau, a falar à sopas com timbre de quem teve a dar no hélio!!!
Que puta de risota que ali foi!... Rimos tanto que até já nos doía a barriga!...
A única coisa que nos fez parar de rir, foi o gajo vir na nossa direcção para nos afiambrar umas valentes "çapadas"!!
Ainda perdido de riso, começo a dizer para o pessoal:
"Malta o gajo vem ai!...Vamos mas é, enfiarmos-nos no carro e pormos-nos a andar, senão ainda apanhamos!"
E assim foi!....Entrámos no carro e fugimos dali a 7 pés!.....Olho para trás e ainda o vejo a mandar umas "pedraç" contra com carro....Que felizmente não nos acertam!...
Na semana seguinte, voltámos a encontrarmos para irmos ensaiar. Estávamos todos borrados a pensar:
"Será que o gajo estará lá hoje?!"
"Se o gajo nos apanha, estamos feito ao bife!"
Até que o nosso vocalista se vira e cheio de piada diz:
"Peççoal, não streççem!....Qualquer coisa, pagamos-lhe um çipicao e um içe tea de peççego!"
O que, ao fazer com que no lembrássemos daquela ímpar criatura das cavernas, nos desatássemos a rir novamente! Aliás, durante a semana não falámos/rimos de outra coisa!
Lá fomos nós, enfrentar o nosso destino.....Chegamos ao estúdio e o gajo não estava!
"Ufa!..Estamos safos!" pensei eu!
Fomos à recepção e a 1ª coisa que perguntamos ao Zé Tó, não foi qual era a sala onde iríamos tocar ou como estaria o tempo em Vila Franca de Xira…, foi, como é óbvio, se aquele animal estava a ensaiar àquela hora.
Quando o Zé Tó nos disse que eles tinham mudado de horário por causa de um dos elementos não poder ensaiar aquela hora, tive vontade de afiançar uma valente beijo naquele gordinho careca (Zé Tó)....
Lembro-me de ter exclamado:
"Malta, já nos safemos!!"
Prognóstico de final de jogo do Jagunço do Contra:
Pois é Jagunços, tal como escrevi numa das publicações anteriores, "Quem nasceu para lagartixa nunca chega a jacaré", e é bem verdade...
Mas nunca se esqueçam que, um jacaré, mesmo com voz de lagartixa nunca deixa de ser um jacaré, por isso segurem-se....
Não ús avram!..........
DIZ QUE NÃO!!!.......
O Jagunço do Contra
=) lembro-me muito bem de contarem esse episódio!!! çipicau e içe tea de peçego... looool
ResponderEliminarAinda há quem diga que não gostam dos ditados, mas de alguma forma têm a sua razão e em poucas palavras resumem muito.
ResponderEliminarPara a tua história hilariante, deixo:
-Nem tudo o que luz é ouro, nem tudo o que alveja é prata.
-Nem tudo o que parece é.
Por estas e por outras, nunca fazer conclusões precipitadas.