Jagunços, tá tudo?!
Como é do conhecimento da jagunçada, ou não, durante alguns anos trabalhei num Hotel. Como devem calcular, tendo em conta as centenas de pessoas que por lá passam diariamente, peripécias dignas de relato é algo que não falta. Mas os que pensam que só os clientes fazem bosteiradas dignas de registo, desenganem-se. A que vos venho contar é protagonizada por um dos funcionários, que para que percebam toda a piada deste texto terei que vos descrever esta figurinha ímpar.
A sua imaculada figura, dava a sensação que, tomava banho de 5 em 5 minutos, pois andava sempre, todo perfumoso!
O seu penteado com risco ao lado, feito com régua e esquadro, mais parecia lambido por uma vaca, pois o gel que usava durava todo o santo dia fazia com que, nenhum cabelinho saísse do sitio.
Era gajo para desatar à porrada à senhora da lavandaria porque o vinco das calças da sua farda estava torto. Tudo tinha de estar per-fei-to!
Sem esquecer de mencionar o seu andar à Clint Eastwood, para lhe dar aquele ar de castigador de quem diz: “Olhem para mim, sou lindo!”
Esta personagem era (e é) um gajo convencido e cheio de nhoquices que, por causa da sua acentuada falta de humildade, acabou por se tornar uma vítima disso mesmo, não descurando o grande profissional que é - sim, porque o é.
Tudo se passa, aquando da vinda de um gigantesco grupo de brasileiros para o Hotel.
O grupo apesar de barulhento (normal!) era bastante organizado e afável para com os colaboradores.
Numa certa tarde, o grupo estava todo no Lobby do Hotel e claro, todos os que lá trabalhavam, andavam feitas baratas tontas para satisfazer os pedidos de tão grande número de clientes.
Num dos sofás, estavam sentadas duas clientes, pertencentes a esse grupo, que se destacavam dos restantes, porque todos os restantes elementos do grupo faziam parte, do que nós chamávamos lá no Hotel, de “Brigada do Reumático”. Aquilo era só velhos!
Aquelas duas andavam na casa dos vinte e muitos, trinta e poucos anos e eram duas valentes e apetitosas ginjas! A verdadeira “Frutinha da época!”
Como não poderia deixar de ser, todo o pessoal do hotel andava a babar pelos cantos, por causa daquelas duas brasileiras… e o caso não era para menos, já que aquilo era material verdadeiramente bom! Ninguém ficava indiferente. Era do bagageiro ao director, do gajo da lavandaria ao gajo do restaurante… até as gajas dos andares deviam andar nervosas com aquelas duas boazonas! E claro está, o BAR! A secção onde tudo aconteceu.
Mas voltemos à parte das duas estarem sentadas no sofá.
Com a confusão típica de quem tem o Hotel cheio, os colegas do Bar andavam de volta dos clientes, perguntando se desejavam tomar algo (a trabalhar, portanto!), até que um deles chegou (devem ter tirado à sorte!) junto das duas brasas e pergunta-lhes, como seria de esperar:
“Boa tarde,
As senhoras, desejam tomar algo?!”
Ao qual elas responderam:
“ ´cê pódji trazê ´má gárráfá dji champanhi, prá gentchi?”
(Tradução: Você pode trazer uma garrafa de champanhe para a gente?!)
E o rapaz, no cimo da sua educação, respondeu:
“Com certeza, trago já…com licença.”
Até aqui nada de estranho se passou. O pior vem agora.
O rapaz vai atrás do balcão e começa a preparar a bandeja para levar às clientes e de repente a nossa bela personagem pergunta ao rapaz:
“Esse champanhe é para que mesa?!”
Ao qual o rapaz responde:
“É para as brasileiras que estão no sofá do Lobby!”
Obviamente, que a nossa personagem percebeu logo que se tratava das duas febras que andavam a provocar muitas erecções à classe masculina que naquele hotel laborava. Claro está que ele, como chefe que era tinha de ter o prestígio de as servir. No alto da pirâmide hierárquica vira-se para o rapaz com o nariz bem empinado e convicto nas suas palavras e actos, e diz:
“Deixa estar… Eu levo!” (Claro!... chama-lhe parvo!)
Já que o gajo era chefe, o rapaz não teve alternativa, se não ceder às ordens, mas contrariado – podera, também eu ficava.
O importante chefe acabou de arranjar a bandeja e põe-se a caminho do sofá, com o seu ar de Brad Pitt da Alcântara, não sem antes se ter penteado 7 vezes, lavado os dentes outras tantas e voltar a pôr perfume.
Chegado lá, com a voz colocada e radiofónica, pergunta:
“Foram as senhoras que pediram champanhe?!” (como se ele não soubesse!!)
Elas: “Sim!”
Ele: “E dão-me licença que sirva, tão belas senhoras?!”
Elas: “Púfávô!”
(Tradução: “Por favor!”)
Ele com o seu ar de engatatão pegou na garrafa, com toda a delicadeza e profissionalismo, retirou o alumínio envolto no gargalo, a denominada de cápsula, por sua vez o retirar do arame que envolve a rolha e a garrafa, tudo isto com todo o cuidado, mas com o olhar preso no decote das duas gajas.
No entanto, e como qualquer bom profissional, a garrafa e o garagalo deveria estar para onde não estaria ninguém. Pois como toda a gente sabe, aquilo quando salta é como um tiro de caçadeira. Devido à grande distracção decotal, a garrafa estava virada para a cara o gajo!
Conhecendo os meus Jagunces, como eu conheço, já devem estar todos com aquele sorrisinho maléfico de quem pensa: “O gajo levou com a rolha mesmo em cheio nas fuças!” Estou certo, não estou, admitam lá?!
Pois é, seus jagunços, estão todos errados…
O que aconteceu foi nada mais, nada menos, isto:
O gajo continuou com a sua performence toda profissional e sem que reparasse a rolha salta e bate violentamente no olho direito do gajo, fazendo com que ele fosse projectado e se estatelasse com os costados no chão.
Naquele momento o barulho ensurdecedor que naquele lobby existia acabou!... Sendo substituído por, uma lista de frases daquele individuo, acompanhadas à guitarra por uma dor do caraças no olho!
Ele: “AAAAAAAAAAAAAIIIII”
Uma das brasileiras que estava sentada no sofá levantou-se e vai em seu auxilio, perguntando-lhe:
“Ô Senhô istá bem?!”
(Tradução: “O Senhor está bem?”)
Ele: “Oh mãe?!!....Estou cego!... Estou cego!...Eu não vejo de um olho!”
E não é que o gajo desata numa choradeira, em pleno Átrio, que mais parecia uma criança que tinha caído do baloiço e a gritar pela mãe!
Jagunços, eu sei que o coitado do gajo, teve dores horríveis mas, o que acho hilariante nesta historia é:
aquele gajo, em particular, todo galã, cheio de charme e de 9h, ir armado em super pró e em macho, armar-se ao pingarelho para junto das gajas boas e leva um real bojarda nos olhos e começou a chorar e a gritar pela mãezinha!!!
Prognóstico de final de jogo do Jagunço do Contra:
Como grande benfiquista que é entrou em cena GLORIOSO de garrafa na mão e veio de lá envergonhado como quem desce de divisão e, com um olho à....BELENENSES.
DIZ QUE NÃO!!!.......
O Jagunço do Contra
Confesso que naquela parte pensei que ele ia levar com aquilo na cara... e para além do sorriso, já me tinha partido a rir desde o perfumoso!! Muito fixe! =D
ResponderEliminarÉ o que se pode dizer, quando alguém tem muita mania acaba sempre por cair em desgraça. hahhahahahahah
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